Sobre crânios arrasta-se guerreiro
Tem, na mão, uma espada pendida
A cabeça, sobre o dorso, caída
Imagem única de um terrível pesadelo.
São como feras cruéis que se fazem demônios
Uma única vez em que todos os sonhos
Se transformaram na mais negra face da vida.
Reunindo suas forças últimas
Busca, em vão, erguer sua espada
Mas, debalde, o esforço é nada
Quando lhe assalta, violenta, a turba.
E sob golpes inclementes
Seu corpo permanece de pé e não se ajoelha
É, dos templos, o guardião que espelha
A saga sem fim dos que morrem santificadamente.
Ailton São Paulo