Tenho, quase sempre,
este meio encontro contigo
Uma forma sutil de
estar comigo também
De avaliar um pouco
os restos do que se retém
Nas poucas vezes que
ainda se diz o que só digo.
E tudo é assim, um
tanto quanto volitivo
Mesmices de um
coração perdido em devaneios
Solto e livre e
cheio de vontades que, creio,
Logo passam como
pássaros em voos aflitivos.
Mas, não se iluda –
não me iludo – um coração
É sempre aquele
mesmo sem jeito e bruto
Sonhador, tem ânsia
de tanto amor e, por tudo,
Berra alto o que, em
silêncio, escreve no chão.
E ainda dizem: é
poeta, coitado!
E logo fingem
entender o que sequer supõem
Então encorpam ares
de quem compõe
Uma ópera inteira
de versos mal rimados.
Não se faz inteiro
com versos nem com afagos
Cheio de ilusão,
ilude-se com o que for amado
E perde-se entre
anseios e outros versos silenciados.
Ailton São Paulo