Brinca um instante
E espera mais um pouco
Deixa bailar o viajante
E te finge de morto.
Vagaroso olhar vagueia
E rodopia no que semeia
Um traço que é veia
No pêndulo da teia.
Vem e vai em bando
Um mais que é o outro
A derramar o leve pranto.
Mistura as cores
E vai surgir o céu
Como o que foi
No desenho do papel.
Apara e molha o dedo
Na gota de água caída
Um caldo de segredo
Passando pela vida.
Ailton São Paulo