Vai, que o tempo passa
Mergulha neste instante naquele rio
Cujas águas, não tão plácidas
Estão revoltas como o que nele se feriu.
Nada, como se disto dependesse tua vida
E busca uma saída para todos os teus males
Contudo, não esquece que as dores retidas
São feridas agudas expostas em tua face.
Morre um pouco a cada instante
Mas antes violenta o destino que te maltrata
Renegas, pois, tudo o que é aquilo restante
Na luta contínua de uma vida feita em cascatas.
Busca, luta, nada para que alcances a margem
Destrói em ti o que pode te afogar
Reúne as tuas últimas forças e toda a coragem
Dos que se recusam a nunca guerrear.
Serás o náufrago que se viu cair na praia
Um corpo delirante que é de um torto
Talhado à forma de quem sempre falha.
Ailton São Paulo