A chuva, miudinha, cai lá fora
Aqui dentro, um aperto no peito
É um pouco de querer quem mora
E outro tanto temer o que está feito.
Mas assim, como quem chora
É a chuva que cai lá fora
Uma chuva fininha e contínua
Como a conter mensagem de minha ruína.
Bandeira de rendição desfraldada
Uma forma de ser o Judas que se malha
A fim de esconder a misericórdia negada.
Tua hipocrisia está bem dissimulada
Tua máscara é um encanto virtuoso
Jamais tuas maldades praticadas
Serão vistas sob a máscara de um santo piedoso.
Ailton São Paulo