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PAX ET CONCORDIA

PAX ET CONCORDIA
Pedro Américo

MINHA CORRUPÇÃO PREFERIDA

Os brasileiros são corruptos, é da natureza dos brasileiros. São grandes ou pequenas corrupções, em maior ou menor escala. Mas são corrupções. Parar em fila dupla, na vaga de idosos e deficientes, levar agentes públicos "na conversa", subornar o segurança da balada para facilitar a entrada, esconder os instintos mais primitivos sob o manto da santidade; arrotar regras morais para os parentes enquanto mergulha na devassidão, imaginando, desejando e acreditando que ninguém sabe, não são formas de corrupção? Afinal, o que é corrupção? Corrupção é, antes de mais nada, falta de vergonha na cara! Ou, em última análise, a relativização dessa "vergonha". Então, a partir daí, entende-se os triunfos do PT. Mesmo diante de tantas evidências, mesmo diante de tantas denúncias, o PT continua sendo defendido, apesar dos fatos indefensáveis, e isto porque o PT sabe, como ninguém, que basta a relativização moral da corrupção de seu governo para que o brasileiro, que lhe agracia com o voto, encontre a "deixa" para estar em paz com a própria consciência.


A comparação entre o presente e o passado não é por acaso... O PT e seus teóricos sabem que a relativização da ética e da moral precisa passar por esta "acareação". Que o povo, corrupto por natureza, precisa estar bem com suas consciências. E como se fica bem com a própria consciêcia? Sabendo que houve corrupções iguais, ainda que menor, em outros tempos. É mais ou menos como o adúltero (ou a adúltera) que apazigua a alma com o fato de saber que "não é o primeiro, nem será o último" adúltero (ou adúltera) da face da Terra (neste caso, referência ao nosso planetinha).


O fato de manter o povo "subsidiado" pelo passado tem outro valor, que não o de comparação apenas: quem está com a cabeça ocupada com o presente e o passado não pode pensar no futuro. Quem pensa, no presente, sobre o que foi e o que é, não terá tempo - nem espaço - para pensar no que poderia ser. Assim, enquanto se justifica os erros do presente com os erros do passado, evita-se o desejo de mudança. E não faltam cúmplices ao PT, principalmente na mídia, que o PT "vende" como "inimiga", mas que sabe ser amiga leal. Se não os veículos, pelo menos os que trabalham neles. Afinal, somos todos corruptos sim, e muitos corruptos há, principalmente no jornalismo, que têm consciência da própria (i)moralidade.

O PT sabe que, sem o "Bolsa-Família", não conseguiria quatro eleições. O PT sabe que, sem as cotas de patrocínio de empresas públicas, como Banco do Brasil, Caixa Econômica, Correios, não conseguiria o apoio de muitos jornalistas em "blogs" criados com a finalidade de prestarem vassalagem ao governo em troca de "um pouco de pão". O PT sabe que, pelo país afora, não haveria militância sem a distribuição (ou perspectiva de) um "emprego" em alguma função pública. Enfim, o PT sabe, conhece a alma do povo brasileiro... E oferece a "relativização da moral" para manter-se no poder. O PT oferece à corrupção nossa de cada dia o ato da comparação como redenção. O brasileiro, corrupto por natureza, faz isto todos os dias quando compara seus atos com os do vizinho, sua imoralidade relativa com a imoralidade relativa do seu próximo. O PT sabe, melhor que a oposição acovardada, que o que importa para a maioria dos brasileiros (principalmente para os que lhe agraciam com o voto) não é o quanto roubaram na Petrobrás, mas quanto o governo pode lhes oferecer em "vantagens" para sua vida. 


Enquanto o PT estiver oferecendo à grande massa (acéfala) a ilusão de que "pobre" antes não podia comprar carro "zero" e agora pode, que "pobre" antes não podia "andar" de avião e agora pode, que filho de "pobre" antes não podia "fazer facurdade" e agora pode, que "pobre" antes não podia "ter" casa própria e agora pode, enquanto o PT estiver oferecendo esta ilusão, na prática apenas uma pálida imagem, não será um mero escandalozinho de bilhões que fará com que o povo brasileiro deixe de relativizar a própria corrupção absolutizando a roubalheira petista.


Que esperem sentados os poucos que não têm, ainda, uma etiqueta com preço e código de barras.



Ailton São Paulo  

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